domingo, 13 de junho de 2010

AMIGOS VIRTUAIS

Tenho sido pouco assídua.
O tempo parece-me sempre demasiado curto para tudo aquilo que quero fazer. Escrever cada pensamento meu por aqui (e noutro espaço que tenho no facebook); ler os 4 livros que neste momento "descansam em paz" na minha mesa de cabeceira; beber café com amigos com quem não estou à imenso tempo ou com aqueles que desejo conhecer e ainda não houve oportunidade; escrever o meu livro; apoiar com esperança e optimismo quem neste momento mais precise, de acordo com as minhas possibilidades; tratar dos projectos de emprego que tenho; manter a casa em ordem; mimar os meus amores-("regar as minhas flores"); participar mais activamente nos compromissos com os quais me comprometi (Movimento Pais em rede); empenhar-me na causa do Autismo divulgando-o, agindo, pedindo apoios que persistem não existir; arranjar momentos para "namorar"; tratar de mim....
Tanta coisa que preciso fazer e o tempo tão curto, não me facilita as tarefas. Por vezes também duvido da minha capacidade para conseguir chegar a tudo e a todos - Não queria falhar nada! Muitos são os momentos de cansaço, muitos são os pensamentos de fraqueza que se apoderam de mim fazendo-me sentir que eventualmente não tereí tamanho para tudo aquilo que gostaria de realizar. E os dias vão passando sem parar...
Venho sempre aqui para saber como vão os meus amigos virtuais. Leio-os, sinto-os e vibro sempre com a minha sorte em tê-los na minha lista de amigos, mas fico-me no silêncio da minha admiração por eles e isso é insuficiente! Merecem sempre muito mais, por isso hoje e agora, as minhas palavras são apenas para voces:

A vossa presença e as vossas palavras são (e têm sido), muito importantes para mim! Ambiciono, poder sentar-me com cada um de vós e olhos nos olhos dizer o meu imenso OBRIGADA! Partilhar sentimentos - dar-me, porque é grande o que tenho em mim, e receber porque também sinto grande o que existe dentro de cada um de voces...
Viver bocadinhos que realmente importam, celebrar a solidariedade, dividir as boas e as más sensações, conhecer pessoas maravilhosas para perceber que a vida até podería ser perfeita e que nunca se está sozinho, com seres humanos assim. Perceber que no meio desta selva haverá sempre alguém disposto e atento para aqueles que pelos mais diversos motivos, são denominados de mais fracos - fixar-me nesta verdade e tranquilizar-me quanto ao futuro - por mim, pelos outros e sobretudo pelo meu filho, que por maior que seja a minha luta e vontade, não poderá viver sempre sob a nossa protecção.
Por mais que tente encontrar palavras para vos dedicar, o resultado é sempre pobre para aquilo que tenho sentido nos vossos abraços virtuais, nas vossas mensagens, ou tão simplesmente com a vossa passagem por aqui. Mesmo quando apenas me deixam o simbolo que representa um sorriso, ou quando percebo que também se ficam no silêncio da vossa admiração e solidariedade, por algo que (muitas vezes) não vos toca na pele, mas que vos toca profundamente no coração.

Enquanto houverem no mundo pessoas desta natureza, haverá sempre esperança!
FORTE ABRAÇO A TODOS OS AMIGOS - VOCES!

segunda-feira, 7 de junho de 2010

REPONDO ENERGIAS


Acabo de ir ver a dormir, o meu filho... Todos os dias o faço. Verifico se está tapado, apago a musica com que adormece sempre e aproveito para dar mais alguns beijos que nunca são demais, para mim.
No fundo acho que para além de querer cumprir com as habituais rotinas - que aliás presumo que muitas mães fazem - este "ritual" tem um cheirinho a carregamento de baterias... das minhas. Encontro sempre uma imensa força com estes actos. Uma indescritível magia que me fortalece na sua presença serena a dormir, na insustentável beleza da sua expressão feliz e tranquila...
Na verdade procuro dar-lhe conforto, mas acabo por sair muitíssimo mais confortada.
Procuro fazer o meu papel de comum mãe, mas acabo sempre por sentir que ele faz muito mais que o papel de um comum filho.
Durante o dia, continua feliz, uma alegria constante como se o mundo fosse todo belo e vivessemos num paraízo, e este é o nosso objectivo para o nosso filho que procuramos realizar, apenas a cada dia que passa, sem fazer grandes planos a longo prazo. E assim, lentamente temos concretizado o objectivo (eu e o pai). Não tenho duvidas que vive feliz, e contagia-nos com a sua felicidade de tal forma que raramente pensamos no futuro. Quando isso acontece, já quase não nos causa grande efeito. O nosso menino ensinou-nos a viver o aqui e agora... a disfrutar o presente, e por isso vamos conseguindo também ser felizes com ele.
Não fazemos planos mas sonhamos muito e temos desejos ambiciosos - Tudo coisas boas! Dizem que a força dos pensamentos os torna reais... Sonhamos conseguir manter para sempre essa tua maravilhosa alegria, essa ideia de que o mundo é belo, porque na verdade para ti, tem sido! Sonhamos permanecer sempre juntos contigo, como nossa eterna companhia.
Não é sonhar demais... porque "no hoje", já começas a ser o nosso grande companheiro e amigo... "no hoje", querido filho, já é contigo que contamos para nos recarregares as energias!

domingo, 6 de junho de 2010

ADEUS


... "Ela" chega quando menos se espera, e inexplicavelmente nunca se espera por ela! A morte - fugimos de falar dela, no entanto é das coisas mais certas que temos na vida. Fugimos de falar dela porque ela representa, para todos o final, o fecho das cortinas, a luz que se apaga! Perdi hoje uma pessoa especial. A minha mente reproduz uma série de slides em cadeia de tantos momentos que já não voltam. Não voltariam na mesma, ainda que as cortinas não se tivessem fechado hoje, mas neste dia essa evidência impôem-se com um pragmatismo que pesa mais forte. É assim sempre que a morte nos passa ao lado e recolhe um "amigo". Ficamos a olhar para "ela", perfeitamente impotentes e insignificantes... Inconscientemente, talvez pensemos que um dia será a nossa vez e este facto faz-nos sentir que as lutas da vida parecem inuteis, mesquinhas, pequenas...
Não vou aqui falar da tristeza que sinto, por "ela" ter levado agora, alguém que eu tinha aqui no meu peito... não quero chorar-me, nem lamentar-me porque esta é a nossa condição a partir do momento em que nascemos, apenas lembro a todos, que é nestas alturas vendo como "ela" chega, (muitas vezes sem avisar),que melhor percebemos que a vida é mesmo curta e é em vida que devemos fazer e dizer tudo quanto seja necessário dizer. Quando as cortinas da vida se fecham, já não são precisas palmas, nem espectáculos de consagração. Quando as cortinas se fecham, fica tarde para demonstrar seja o que for. É em vida que temos de arranjar tempo para viver e reviver momentos, ideias, sentimentos.
Hoje partiu uma pessoa especial... uma espécie de irmão mais velho que não via à imenso tempo, um irmão mais velho com quem partilheí jogos, musicas, duvidas existenciais, conversas filosóficas, anedotas, projectos, colecções, e... discussões! Nem sempre concordámos e da ultima vez que discordámos, (há talvez uns 12 anos), foi irremediável... Não mais falámos desde então. Agora é tarde, mas perante a chegada "dela" para o recolher, pergunto-me, de que valeu estar tanto tempo sem lhe dizer que já tudo havia passado, que não o podia "julgar" mais, e que tinha aqui a minha mão, se precisasse? Pergunto-me, como e porquê não lhe disse que ainda gostava dele como antigamente, que ainda o sentia como meu irmão da mesma forma, e que o que mais desejava, apesar de tudo, era que fosse feliz na sua nova vida?
Foi o malvado tempo que passa com uma pressa alucinante e não nos deixa ver que "ela" pode chegar para nos levar a qualquer momento! Deixamos sempre as coisas para depois como se fossemos eternos e depois o tempo, implacávelmente um dia, esgota-se!
Ou talvez tenha sido mesmo eu, que mergulhada num estupido orgulho e enrrolada nas agruras da minha vida, não tivesse querido voltar atrás para, a tempo, ter mudado alguma coisa...
 
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