quarta-feira, 29 de julho de 2009

MEU ELIXIR


Por vezes tento imaginar como seria a vida sem o meu Vascão... podería ser mais livre, menos responsável, mais egoísta, menos preocupada...
A vida sem ti sería por certo diferente, porque, onde iria eu buscar força nas alturas em que me sinto mais fraca? Quem conseguiría - apenas com a sua presença - inundar-me de alegria e coragem? Como sería eu capaz de ultrapassar as coisas menos agradáveis sem ter a luz ofuscante do meu menino a sorrir-me, dizendo-me " O vasco é teu amigo, mãe"... Dizendo-me quando me abraça: "miminhos mãe"... E é bem verdade, o Vasco é meu amigo, daqueles amigos a quem não precisamos dizer que estamos tristes, daqueles que estão lá sempre e nos elevam a alma com o amor que mostram nutrir por nós... Na realidade penso que ele nem reconhece o sentido total da palavra tristeza, assim como acho que ele não vê qualquer espécie de sentimentos mais negativos; ele é a pureza em criança,e tudo nele é positivo. Não tem nenhum tipo de maldade e tudo nele é luz e alegria. Por vezes pergunto-lhe: Estás contente? Conheço sempre a resposta e é dela que me alimento e revejo a compensação das nossas lutas. Sim o Vasco está contente... na maioria das vezes está contente e não são só as palavras que pesam, pesa bem mais a sua expressão que mo confirmaría ainda que não houvessem palavras! E eu - para além de "utilizar-me" dessa expressão, como elixir para o meu dia-a-dia, sinto-me feliz e certa de que é neste caminho que devo prosseguir.
A vida sem ti, meu anjo, poderia ser diferente, mas seria sempre definitivamente, muito mais pobre.

segunda-feira, 27 de julho de 2009

FRASE DO DÍA

"O pessimista queixa-se do vento, o optimista espera que ele mude e o realista ajusta as velas."

(William G. Ward)

MISSÂO: IRMÃO

Durante algum tempo debatemo-nos com a questão de "dar" ao Vasco um irmão, ou não... Dificil escolha esta! Talvez a formulação da questão devesse ter sido: ter mais um filho, sim ou não? Dificil também, esta separação de àguas... uma envolve-se profundamente na outra e para nós não tem sido possivel qualquer espécie de distinção que nos aclare o pensamento, para podermos, em consciência, optar. A escolha, vai entretanto sendo feita - como muitos outros casais dos nossos tempos, pelos mais variados motivos - o nosso filho é um.
Retenho, no entanto, algumas palavras de um conhecido médico da praça - (cujo trabalho admiro) - contidas num livro sobre familias com filhos com necessidades especiais e seus irmãos sem essas necessidades. Passo a transcrever algumas frases, que a mim me fazem pensar:

"... fazia-lhe bem um irmão?"; "... pergunta, tantas vezes repetida por casais a quem nasceu um filho com deficiencia."; "A angústia, a incerteza da roleta biológica apelando à prudência - o desejo de alargar o núcleo familiar empurrando para o risco.";
"... Um filho não deve nascer em função de outro, mas sim porque existe o desejo genuíno dos seus pais em se tornarem responsaveis por mais uma vida. ... não me parece justo condicionar de forma premeditada o futuro de ninguém - nem resulta - a verdade é que o irmão "saudável" irá crescer, e na maturidade terá o desejo de constituir a sua própria familia, com exigências de disponibilidade que o poderão afastar, até em termos geográficos, de um irmão com deficiencia."; "... as crianças com deficiencia humanizam a experiencia de vida: pode-se errar, fazer disparates, ser-se menos que perfeito e ainda assim, ser-se bom."; "Também o privilégio de ser-se saudável está presente no quotidiano e isso deve pôr as prioridades (de vida) em ordem."; "O valor da tolerância, tão fundamental para uma vida em conjunto, é sentido todos os dias."; "...Por outro lado, é como se o Universo estivesse dividido por uma sólida parede de vidro, uma guerra de 2 mundos - de um lado a familia a protecção, o amor, do outro, aqueles que não nos dizem respeito. Um irmão consegue ver e estar dos dois lados, mas como justificar que até os amigos - para não falar dos transeuntes tenham medo, insultem e se assustem, com a mais inocente das pessoas? Dificil lidar com a ambiguídade de sentimentos que esta situação produz. Os amigos - minha mais do que necessária fonte de afectos, confidencias e cumplicicdades - não gostam do meu irmão. Depois, aqui ou ali, vêm à superficie dificuldades escondidas: ciumes, vergonha, zangas pela violação de privacidade do nosso espaço, sentimentos negativos, dificeis de resolver porque andam de braços dados com o remorço."; "... de qualquer forma, ser irmão, não é sempre tudo isso?"; "... no fim fica um laço invisível e indestrutível, que uma história que me contaram exemplifica: uma criança benzia-se e ao fazer o sinal-da-cruz, tocava na testa e dizia "Pai", no peito e dizia "filho" e, de ambos os lados do coração, de forma pausada, concentrada e reverente, fechava o circulo do amor: "mano e mana"!

E pensando bem, é ou não é dificil optar?

sexta-feira, 24 de julho de 2009

OUTRAS VIDAS - I


Algumas realidades do mundo, vamos conhecendo (ao de leve) pela comunicação social - digo "ao de leve", porque creio que a sensação deve ser tremenda para quem acompanha ao vivo estas situações. Ainda assim, pela televisão, o impacto das imagens com que somos confrontados, é importante o suficiente para me deixar a pensar por alguns dias, e questionar tanta coisa que sempre damos por adquirida. Mas é preciso ver estas realidades com olhos de ver, tentar assimilar realmente o que se passa em algumas partes do nosso globo e "senti-las" efectivamente. Comigo, normal e naturalmente é assim... não sou muito desportiva nestas visões e nunca consigo ficar a par destas verdades, sem indignar-me, sem revoltar-me, entristecer-me... e sentir-me pequena, muito pequena! Por outro lado "envergonho-me" de saber que apenas me indigno, revolto, entristeço e nada mais faço... Agrava-se o sentimento quando verifico que existem pessoas com vidas seguras que têm por missão, dedicar-se aos outros e partir em busca daquilo que acreditam poder mudar um bocadinho. (Um grande bem haja para todos os missionários).
Isto, a propósito de uma reportagem que vi recentemente sobre outras vidas - no Quénia - dizia uma missionária - Ana Vasconcelos: que seria bem sucedida na sua missão a partir do momento em que salvasse 1 menina da mutilação sexual a que estão condenadas 90% das crianças do sexo feminino, naquele país. Fenomenal atentado dos direitos humanos, já reconhecido e punível no Quénia, mas que prossegue como prática, talvez por toda uma questão social e pela inacção dos poderosos! Emociona-me a falta de tudo a que, pessoas como eu estão sujeitas noutros locais do mundo em que vivo, e emociona-me a dedicação que os missionários prestam em prol de um mundo melhor. A verdade é que "grão a grão" o mundo podería melhorar um pouco, pelo menos para aqueles que estas missões conseguem apoiar... a verdade é que se prova, que é possivel ajudar, é possivel fazer alguma coisa. Com o conhecimento destas e de muitas outras situações inconcebíveis que se passam por este mundo fora, os meus pensamentos correm sempre muitíssimo mais rápidos que aquilo que consigo expressar aqui... a cabeça corre a mil à hora numa batería de ideias, que disparam em tantos sentidos, que me perturbam sempre sobremaneira. O que prejudica o mundo - (citação tão certeira de Luther King) - não é o "barulho" dos maus, mas sim o "silêncio" daqueles que se dizem bons. Fica a imagem porque "ela" fala bem mais que todas as palavras...

quarta-feira, 22 de julho de 2009

FAMILIA SOMOS TODOS NÓS


A nossa familia provém do sangue, de laços genéticos que nos prendem profundamente e nos ligam para sempre: é um facto indiscutível, e felizes os que a têm.
Contudo existem outros laços que nos ligam para sempre e que valem - a meu ver - incumensurávelmente mais... São os laços do amor, da amizade, da solidariedade, porque são estes que nos alimentam verdadeiramente e nos ajudam a viver... São normalmente actos perfeitamente gratuitos de seres como nós, que com ou sem a tal ligação tão profunda, dão muitas vezes um sentido e alento à nossa vida. Da familia espera-se sempre o melhor o que desvaloriza em certa medida os actos de amor e amizade que recebemos deles, porque é o normalmente esperado daqueles cujo sangue comum corre nas veias... mas muitas vezes somos defraudados nesta certeza de nos apoiarmos na familia; também o poderemos ser pelos os outros, é certo, mas dos outros nada é esperado.
E quando nada é esperado e tudo é recebido, a felicidade é infintamente mais sentida.
Por isso digo muitas vezes, devemos ser abertos à humanidade sem distinções, porque no fundo todos somos parte do mesmo. Dizem as sagradas escrituras - e têm razão - que nos devemos amar uns aos outros... percebi o sentido desta frase, não há muito tempo, por determinadas circunstâncias de vida. Percebi que se todos a entendessem e agissem em sincera síntonia com ela, o mundo seria muito melhor.

quinta-feira, 16 de julho de 2009

EU E OS "MECANISMOS" DA MENTE


Não sou especialista nestas coisas do cérebro e dos pensamentos, mas tenho para mim que alguém especializado nisto, deve sentir-se algo frustrado... Isto porque a imensidão de coisas a analisar parece não ter fim, e porque os comprovativos para as descobertas cientificas são poucos e dificeis de alcançar. Diz-se que o funcionamento do cérebro humano apenas está conhecido numa percentagem ínfima das suas capacidades. A mim parece-me que sim e julgo mesmo que é algo em que a humanidade vai concerteza evoluir, mas nunca chegará perto de saber tudo. Cada pessoa (cabeça - forma de pensar) é um mundo e em constante mutação, além de que um individuo é sempre influênciado por tantas coisas e todas tão distintas que nem com uma bateria de instrumentos científicos e mestres nas àreas - todos a trabalhar numa só unidade - a coisa traría grandes conclusões. A MENTE HUMANA È O MAIOR MISTÉRIO! Dela partem as atitudes individuais e colectivas que trazem consequências e que movem o mundo. Cada um de nós constroí um mundo - pelo menos em seu redor, ajudando uns, prejudicando outros - conforme os interesses, conforme as personalidades e os estados momentaneos. É tudo tão variável, discutível e relativo que parece ser conversa sobre o sexo dos anjos (ou de bêbados). Penso mesmo que enquanto a humanidade existir, existirão as duvidas e existirão "segredos" nos mecanísmos da mente (ou talvez a mente não tenha nada a ver com "mecânica" e os especialistas andem em busca de algo que não existe... Mas a mim intriga-me toda esta temática e sinceramente gostaría que as coisas evoluíssem e se comprovassem para eu me especializar...e poder arranjar uma justificação séria e plausível para determinadas atitudes que presencio, para comportamentos, para reacções - minhas e dos outros.

terça-feira, 14 de julho de 2009

Reflexão


"Voces riem-se de mim porque eu sou diferente... eu rio-me de voces porque vcs são todos iguais."

sábado, 11 de julho de 2009

"VASCO"


Vasco é o meu menino... è o meu diamante em bruto, que "trabalho" a cada dia que passa... a sua luz não tem límites e imprime à minha vida uma enxurrada de sentidos, sentimentos e sensações que é impossivel descrever.
Diz-se que os filhos causam inumeros sentimentos e que quando nos tornamos mães, a vida muda para sempre. Digamos é que vai mudando sempre... O meu Vasco é uma fonte de inspiração, e crescimento - com ele tenho aprendido tantas coisas, por ele tenho vivênciado tantas outras! À medida que o tempo passa, vou sentido que emana dele uma espécie de luz que me ultrapassa e me faz sentir pequena, uma aurea positiva que contagia o seu espaço... muitas vezes questiono se são os meus olhos de mãe, não obtenho resposta - apenas a sinto. O meu menino é especial - é autista, e eu sinto-me especial com ele. É uma missão complexa ser mãe especial, mas tremendamente enrriquecedora! Poderá ser um 8 ou 80 numa sociedade pouco receptiva a excentricidades e diferenças, mas só quem conhece a sua expressão alegre e a angélica luz dos seus olhos verdes poderá compreender a alegria que sinto em ser a sua mãe. O meu menino é mesmo o meu diamante em bruto que eu digo que vou trabalhando a cada dia que passa, mas no fundo e bem pensado, tem sido ele quem mais me tem trabalhado a mim. E por mais dificil que seja aos outros, compreender tal felicidade numa mãe especial, eu digo que sou mesmo feliz... uma mãe feliz com receios obviamente, mas a quem ele ensinou a viver um dia de cada vez e a apreciar as pequenas lindas coisas da vida... o amanhã é isso mesmo: é amanhã (se lá chegarmos), e é-o para todos, e em todos os sentidos! Por isso, Vale a pena reflectir sobre se alguem por acaso sabe o que trás o amanhã?

quinta-feira, 9 de julho de 2009

FÉRIAS

...Tudo cheira a férias...
Esta fase prévia às férias de cada um, produz um estado amorfo e insuportável que nos faz pensar: se não estivessemos tão perto, não aguentaríamos por muito tempo a pressão! Isto é curiosamente o que eu sinto. E digo curiosamente, porque desde Abril que estou em casa e acho que nunca me senti tão amorfa, especialmente nestes ultimos dias! Até aqui não me preocupava muito com o trabalho e organizeí os pensamentos estabelecendo os passos que iria tomar - (apartir de setembro) - no sentido de iniciar novo caminho para uma nova ocupação. Portanto, nada de grandes ansiedades com isso - Tudo se arranjará. De momento as coisas pareceram alterar um pouco... Estou com o meu Vascão em casa, o que deveria ser magnífico, e é-o em certa medida. Mas o meu Vascão não é uma criança comum e as exigencias num só dia são tremendas para uma pessoa sóznha. Não é um lamento, até porque não há motivo, é mesmo o cansaço, fruto desta época que antecede as "malfadadas" férias e que suponho ocorre em todos nós e que é realmente meio estupido. Se já falta tão pouco, qual é o stress?

sábado, 4 de julho de 2009

Minha Força


"Quando amamos e acreditamos do fundo da nossa alma em algo, sentimo-nos mais fortes que o mundo e somos tomados de uma serenidade que vem da certeza de que nada poderá vencer a nossa fé".

Sózinhos somos pouco... a minha força vem deste amor que nos une e se materializa a cada dia que passa, em pequenos nadas. Costumo dizer que somos os dois, pilares de uma ponte que a muito tem resistido e que se tem reforçado pelos caminhos percorridos em conjunto.

PESO DOS SENTIDOS

Um pouco de honestidade e modéstia, fazem-nos ver que a vida e o mundo são demasiado complexos para caberem no nosso espírito... talvez um pouco por isso, a vontade de escrever, estravazar pensamentos que transbordam de nós.

Há muito que debito palavras em folhas, sebentas, cadernos - solto o que me vai na alma numa espécie de terapia pessoal e gratuita que na verdade funciona. Por aqui, poupam-se esses "instrumentos", e partilham-se ideias; conhecem-se e publicam-se outras vidas, muitos pensamentos e experiências. Há muito que acompanho a blogosfera e cada vez me apaixono mais pelo ser humano, por tudo o bom e menos bom que trazemos connosco... cada vida é um mundo, e é disso que gosto!

 
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